terça-feira, 10 de novembro de 2009

Alma


A Alma

— Mamãe, nem todas as crianças que morrem vão para o Céu. Outro dia vi levar para o cemitério um menino que tinha morrido; o seu papai e as duas irmãzinhas acompanhavam o caixão, e choravam tanto que fazia pena. Iam a chorar porque aquele menino tinha sido mau, não é verdade?
— Não; naturalmente foi sempre bom, e a sua alma, enquanto choravam seus pais e suas irmãs, já estava vivendo feliz no céu.
— A alma? Mamãe, não sei o que é; não compreendo bem.
— Maria, acabas de me dizer que tiveste pena de ver chorar as duas pequerruchas.
— Tive, sim, mamãe, tive muita pena.
— Ora bem, o que é que no teu corpo estava desconsolado e triste? Eram os braços?
— Não, mamãe.
— Eram as orelhas?
— Oh! não, mamãe. Era cá dentro.
— Esse lá dentro, Maria, é a tua alma que se alegra ou se entristece, que te repreende quando fazes o mal, e que está satisfeita quando praticas o bem.

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